sábado, 13 de novembro de 2010

projeto consiencia negra JOÃO IGOR

Pesquisando na net,achei esse vídeo no youtube.É bem legal,espero que gostem:


http://www.youtube.com/watch?v=MagqW0zjZP4

sites informativos/JOÃO IGOR

pesquisando um pouco mais ,encontrei esse site.Espero que gostem:
http://www.consciencianegra.com.br/

racismo/JOÃO IGOR

O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferiridade, se sentindo, muitos povos, como sendo inferiores aos europeus.

o herói chamado Zumbi/JOÃO IGOR


Zumbi líder do quilombo dos Palmares
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência anti-escravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, devido ao grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital, era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

a luta pelo reconhecimento>/JOÃO IGOR

Os negros foram violentamente arrancados de seu torrão natal.
A violência sofrida fez com que se apegassem às suas origens, aos seus deuses, às suas crenças, como uma espécie de defesa contra as violências a que sempre foram submetidos.
Com a Abolição, começou outra espécie de preconceito. Os empregadores não conseguiam esquecer de que eram escravos recém libertos, sem qualquer tipo de cultura. Incapacitados portanto para qualquer tipo de trabalho que não fosse o braçal.
Assim a situação ficou durante muito tempo, com os negros praticamente segregados, sendo muito difícil qualquer tipo de progresso. O ingresso em escolas sempre era dificultado aos negros. Os problemas cada vez mais se acentuavam.
Contudo, com o passar do tempo, a situação foi mudando. Conseqüência natural da evolução mundial.
As mudanças, no entanto, não foram tão radicais a ponto de se poder dizer que hoje em dia não existe qualquer tipo de restrição ao progresso dos negros.
Há que se notar que ainda existe uma quase segregação. Podemos dizer com mais propriedade que existe um preconceito não se pode dizer racial, mas sim quanto às reais qualificações dos negros.
As chances não são iguais. Poucos são os empregadores que, analisando duas fichas de candidatos com igual grau de conhecimento e de qualificações, irá empregar o candidato negro em detrimento do branco.
Pode-se notar que na maioria das grandes Empresas, de qualquer tipo, são poucos os negros que conseguem cargos a nível de direção. Será por incapacidade, ou por uma espécie de preconceito disfarçado? É algo para ser pensado e repensado.
Já está provado de que com as mesmas possibilidade de estudo e preparo, a cor da pele não significa que determinada pessoa tem maior ou menor capacidade de desenvolver o intelecto, ou de desempenhar funções. A questão é algo digno de estudos.
Analisar-se os porquês é uma outra questão. O que é necessário, é que certos conceitos e preconceitos sejam revistos, que se adquira uma melhor consciência da realidade, não digo nacional, mas mesmo mundial.
Há que se rever certas posições para que doravante não se olhe mais para a cor da pele das pessoas, mas sim para sua real capacidade e inteligência.
Há que se evitar para o futuro esse tipo de coisas. A cor da pele não significa absolutamente nada para se aquilatar a real capacidade das pessoas.
Neste Dia da Consciência Negra é esse apelo que fica. Igualdade total de oportunidades e possibilidades de desenvolvimento.

projeto consiencia negra JOÃO IGOR

O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de Novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel.

Mandela - Luta pela liberdade

O apartheid foi importante pois a partir de seu fim a inclusão do negro na sociedade não só do Brasil mas no mundo amentou e os negros começaram a buscar seus direitos

trailer:




sinopse:
James Gregory (Joseph Fiennes) é um típico branco sul-africano, que enxerga os negros como seres inferiores, assim como a maioria da população branca que vivia na África do Sul sob o apartheid dos anos 60. Crescido no interior, ele fala bem o dialeto Xhosa. Exatamente por isso, não é um carcereiro comum: atua, na verdade, como espião do governo com a missão de repassar informações do grupo de Nelson Mandela (Dennis Haysbert) para o serviço de inteligência. Mas a convivência com Mandela cria um forte laço de amizade entre eles e o transforma em um defensor dos direitos negros na África do Sul.
elenco:
·         Joseph Fiennes (James Gregory)
·         Dennis Haysbert (Nelson Mandela)
·         Diane Kruger (Gloria Gregory)
·         Shiloh Henderson (Brett Gregory)
·         Patrick Lyster (Major Pieter Jordaan)
·         Faith Ndukwana (Winnie Mandela)
·         Mehboob Bawa (Ahmed Kathrada)
·         Adrian Galley (Kemp)
·         Warrick Grier (Vann Niekerk)
·         Leslie Mongezi (Walter Sisulu)
·         Sizwe Msutu (Cyril Ramaphosa)
·         Terry Pheto (Zindzi Mandela)
·         Eduan van Jaarsveldt (Sargento Chris Brits)


Este filme retrata a luta dos negros da África do Sul contra um regime político , o apartheid. Retrata também a vida de Nelson Mandela , líder do movimento contra o apartheid.


O quê foi o Apartheid ?

O apartheid  foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da grande maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela minoria branca.

A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais ("negros", "brancos", "de cor", e "indianos"), segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas. A partir de 1958, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas chamadas de bantusões, quatro das quais se tornariam estados independentes de fato. À essa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.

O apartheid trouxe violência e um significativo movimento de resistência interna, bem como um longo embargo comercial contra a África do Sul.[3] Uma série de revoltas populares e protestos causaram o banimento da oposição e a detenção de líderes anti-apartheid. Conforme a desordem se espalhava e se tornava mais violenta, as organizações estatais respondiam com o aumento da repressão e da violência.

Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição, e em 1990 o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid, o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela. Entretanto, os vestígios do apartheid ainda fazem parte da política e da sociedade sul-africana.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra
Retirantes
Dorival Caymmi e Jorge Amado

Vida de negro é difícil
É difícil como quê.
Eu quero morrer de noite
Na tocaia me matar
Eu quero morrer de açoite
Se tu nega me deixar
Vida de negro é difícil
É difícil como quê.
Meu amor, eu vou m'embora
Nessa terra vou morrer
O dia não vou mais ver
Nunca mais eu vou te ver
Vida de negro é difícil
É difícil como quê.

Postado por Maísa Fileto
O que é Consciência Negra pra você?



Consciência negra é saber-se negro ou negra,saber-se descendente dos povos de origem africana e não se envergonhar. Consciência negra é amar a si mesmo. É perceber a beleza de seus traços,de seus cabelos.de seus braços. Consciência negra é agradecer aos acenstrais pela vida e não admitir ser descriminado no trabalho,na rua,no ônibus,no carro,no avião,no restaurante,no hospital,na vizinhança,em nenhum lugar. Consciência negra é respeitar as tradições de matriz africana. Consciência negra é saber que africanos e africanas forçados a vir ao Brasil como escravos não trouxeram apenas um corpo forte. Também trouxeram cultura,hábitos,religião,ensinamentos,alegria,inteligência,música e miscigenação. Consciência negra é saber que as mulheres negras foram as mais exploradas,abusadas,e descriminadas do planeta. Amamentaram filhos e filhas de outras mulheres,carregaram pesos e dores,mas a noite cantavam.Até o raiar do dia. Na roda, cantando, a dor se esvaía. Consciência negra é saber que cada ser humano é único e sagrado. Somos semelhantes. Exigir paridade,direitos iguais,responsabilidades. Sem violência. Escrever romances,advogar,ser médico,dentista e professor. Escrever historia,proclamar vitória e sorrir bem branco para a negritude que enriquece o ser. Feriado Nacional. Dia da consciência negra. Há quem diga que é besteira,que racismo não existe no Brasil,por que mais um feriado? O feriado é para a gente pensar,refletir e continuar a cantar na roda da vida,pois tudo está a se transformar. direitos iguais para faculdades,escolas,alimentos,empregos,casamentos. Quero ver empresas dirigidas por negras e negros,no Brasil,a maioria. Quero ver políticos,catedráticos,psicólogos,monges e doutores sendo servidas por outras pessoas. E juntos poderemos, assim, viver juntos cooperando e compartilhando,com igualdade e respeito. Monja Coen

Postado por Maísa Fileto, n° 21

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LUTHER KING

LUTHER KING

Movimentos de resistência contra a dominação sempre existiram e passaram a se multiplicar e a ter expressão em todo o mundo. Vários nomes se destacaram ao longo da história, na luta contra a discriminação, dentre eles, citaremos o de Martin Luther King Jr.
Luther King foi grande porque traçou como limite de sua luta a paz mundial. Homens como ele não nascem a todo momento e poucas são as gerações que tiveram a sorte de ter presenciado em vida a luta de pessoa tão esclarecida e de tamanho grau de consciência política e humana.
Na ocasião do recebimento do Prêmio Nobel da Paz, em 10 de dezembro de 1964, ele assim expressou seus objetivos:
"Eu tenho a audácia de acreditar em um mundo onde pessoas de todos os lugares do mundo possam ter três refeições por dia para seus corpos, educação e cultura para suas mentes e dignidade, igualdade e liberdade para suas almas. Eu acredito que o que o homem egoísta pôs no chão, o homem do bem pode reconstruir. Eu acredito que um dia a humanidade irá se curvar perante o altar de Deus, triunfante sobre a guerra e o derramamento de sangue, e a salvação não violenta dos bons costumes irá então ditar as regras da terra." [2]
A primeira atuação de Dr. King na luta pelos direitos civis nos EUA, ocorreu em defesa de uma respeitada senhora negra de sua comunidade que foi presa por se recusar a ceder seu lugar no ônibus a um branco que não tinha onde se assentar. De acordo com a lei daquele estado, quando um branco entrasse em um ônibus coletivo e não houvesse lugar para ele se assentar, os negros que estivessem acomodados deveriam se levantar para dar seu lugar a ele. Dr. King organizou então uma manifestação, onde convenceu toda a comunidade negra a não mais utilizar o transporte coletivo, até que as leis fossem modificadas. Muitos seguiam caminhando ou de carro para seus trabalhos o que causou enorme prejuízo às empresas de transporte, que foram obrigadas a ceder, pressionando o estado a revogar tal lei.
"A prova de fogo para se medir o caráter de um homem não é saber onde ele se encontra nos momentos de conforto, tranqüilidade e conveniência, mas sim onde ele está nos momentos de mudança, tensão, conturbação e controvérsia. O verdadeiro vizinho irá arriscar sua posição social, seu prestigio e até sua vida para o bem estar dos outros. Nos lugares perigosos e nos caminhos inseguros, ele irá ajudar algum homem ferido, ou machucado a se levantar para uma vida mais nobre e digna." [3]
Ao questionar esse tipo de lei, ML foi chamado de desordeiro, agitador, etc. No entanto, respondeu às criticas dizendo que apesar dessas leis pregarem a discriminação, a constituição americana garantia a ele o direito à igualdade. Ele não seria, portanto, obrigado a seguir leis que contrariassem a Constituição. Se tivesse de respeitar alguma lei, essa lei seria a constituição. Citou Santo Agostinho que dizia que uma lei injusta não seria uma lei realmente. A lei justa seria a que segue princípios morais ou de Deus, qualquer lei que degrade um ser humano injustamente, para ele, não poderia ser chamada ou obedecida como lei.
Com apropriada razão, ele esclarece que uma injustiça em algum lugar do país, será sempre uma ameaça à justiça de todo o país. Para ele, as pessoas estariam amarradas em uma veste única do destino e todos os cidadãos americanos estariam de tal maneira entrelaçados que, o que afeta a um diretamente, estará sempre afetando a todos indiretamente.
Foi na ocasião de sua prisão por outro protesto pacífico em Birmingham, sul do EUA, que Luther King Jr. escreveu a carta "The Negro is Your Brother", onde descreveu a filosofia do movimento criado por ele naquele país. Afirmou nessa ocasião que a verdadeira "paz social" não poderia ser encontrada naquela sociedade onde não existissem tensões ou conflitos sociais, mas, sim, naquela que reconhecesse e privilegiasse a verdadeira justiça social entre seus cidadãos. Ausência de conflitos e silêncio social nunca foram, para ele, sinônimos de justiça social.
Os negros americanos propuseram-se enfrentar o problema racial de forma organizada, aberta e direta. O inimigo nos EUA, tornou-se então, na maioria dos casos, um alvo visível, que começou a ser devidamente combatido. Ao contrário do que acontece aqui no Brasil, onde as pessoas disfarçam todo o seu preconceito sob uma fina máscara de democracia racial, elementos históricos e culturais levaram os afro-descendentes da América do Norte ao confronto direto contra esse terrível mal.
No Brasil, a inquietação social criada pelos movimentos dos "sem teto" e "sem terra" vem nos lembrar, diariamente, que, apesar da falta de conflitos étnicos de maiores proporções, estamos ainda longe do chamado estado de "paz social".
Ainda para refletirmos, o maior líder negro americano, nessa brilhante obra escrita a mão em uma cela de cadeia, revela de forma convincente, intrigante e surpreendente, não serem a "Ku Klux Klanner" ou a "White Citzens Councillor" os piores inimigos do movimento negro americano e sim, aqueles cidadãos brancos, moderados, que dão maior atenção e importância à "ordem" em suas cidades do que à "verdadeira justiça".
Indignado, ele completa seu pensamento dizendo que não suporta ouvir das pessoas de boa conduta, que elas concordam com os argumentos do movimento negro, mas que não concordam com seus métodos não violentos e com o momento da ação, repetindo sempre para os oprimidos: "esperem uma oportunidade melhor para agir", como se pudéssemos marcar hora para a libertação de um ser humano que se encontra acorrentado e acuado em seu perverso cativeiro social.
Segundo ML, nenhum movimento pode esperar por uma tabela de horários dada pelo opressor para reivindicar direitos. Esse "espere" soa como "nunca" porque para ele, justiça adiada por muito tempo é justiça negada. Dizia que, pior do que ter de suportar as ofensas e conviver com elas e com a falta de compreensão declarada das pessoas de má índole, é ter de conviver com o silêncio das pessoas de boa índole.

Só para Lembrar "Dia da Consciência Negra"


O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra, procura ser uma data para se lembrar da resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1534).
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1970, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.

Dados estatístico


 
No Brasil os negros são correspondentes a menos de 10% da população. Os chamados "pardos", no entanto, que são mestiços de negros com europeus ou índios, chegam a um número próximo da metade da população.
Entre a população negra jovem (especificamente no segmento de 15 a 17 anos), 36,3% cursaram ou cursam o ensino médio; entre os brancos, a parcela é de 60%. Entre aqueles que têm até 24 anos, 57,2% dos brancos haviam atingido o ensino superior, contra apenas 18,4% dos negros.
O rendimento médio da população branca no Brasil é de R$ 812,00; já a dos negros é de R$ 409,00. Entre a parcela de 1% dos mais ricos do país, 86% são brancos.
Educação para brancos e negros é diferenciada


As desigualdades sociais se agravaram entre brancos e negros na última década. É o que mostra a análise da Sínteses de Índices Sociais, baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007.
A taxa de freqüência das pessoas de cor preta e parda às instituições de ensino superior não alcançou, em 2007, o patamar que os brancos tinham dez anos antes. A diferença a favor dos brancos, em vez de diminuir, aumentou nesse período: em 1997, era 9,6 pontos percentuais aos 21 anos de idade, enquanto em 2007 esta diferença saltou para 15,8 pontos percentuais.

O pesquisador do IBGE José Luís Petruccelli recordou que, embora o número de pessoas que se consideram negras ou pardas represente quase metade da população, esse índice não se reflete no acesso aos bens e serviços na sociedade brasileira.

Ele acredita que os programas sociais e as políticas de cotas para diminuir as desigualdades raciais não têm surtido efeito. “O dado revela que a desigualdade em termos de apropriação de usufruto de um bem escasso, como é o ensino universitário, está sendo cada vez maior, com vantagens por parte dos brancos sobre os grupos de pretos e pardos”.

Em 1997, um a cada dez brancos (9,6%) tinha nível superior completo. Essa proporção era de um para cada 50 (2,2%) entre os de cor preta e parda. Em 2007, esses percentuais são de 13,4% e 4% respectivamente.


Negros são apenas 33% na escola privada


Um terço dos alunos matriculados no ensino fundamental e médio de escolas particulares que declararam a etnia se considera negro (inclui a classificação "preta e parda"). Já nas escolas públicas, esse índice ultrapassa a metade, chegando a 56,4% dos estudantes.

No entanto, esse terço de negros declarados da rede particular não chega perto da proporção dessa etnia entre a população de crianças e jovens de 5 a 24 anos. Já a pública ultrapassa a média nacional. Nessa faixa etária, segundo o IBGE, 48% dos brasileiros se dizem pretos e pardos (essa é a terminologia adotada pelo instituto).

A etnia dos estudantes foi levantada pela primeira vez no Censo Escolar 2005, feito pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
O órgão inseriu no questionário respondido por pais e alunos o item "raça/cor". Apesar de optativa, a autodeclaração gerou polêmica, levando cerca de 20% a não se pronunciarem.

Há uma semelhança entre as redes privada e pública, segundo o censo. O percentual de alunos pretos e pardos não varia muito entre ensino fundamental (1ª à 8ª série) e médio.

Nas escolas particulares, 34% dos alunos do fundamental que declararam a etnia disseram ser pretos e pardos --cai para 30% no médio. Já na rede pública, o índice é de 60% e 57%, respectivamente.

Para Tânia Portella, assessora de pesquisa da Ação Educativa, um dos fatores que podem explicar os índices da rede pública é a universalização do ensino fundamental a partir da década de 70. Isso gerou uma demanda pelo nível médio, que começa a ser suprida. Nas particulares, o percentual é considerado baixo, refletindo diferenças sociais e discriminação.

A diretora de Estatísticas da Educação Básica do Inep, Maria Inês Gomes de Sá Pestana, pondera que o boicote ao questionário pode ter contribuído para a pouca diferença entre fundamental e médio. Isso porque outros estudos já apontaram o "embranquecimento" na educação, ou seja, os negros entram na escola, mas não conseguem avançar nos estudos.

É também no ponto da permanência que o professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foca a análise. "Não adianta simplesmente dizer o percentual de negros. Aparentemente pode ser bom. A questão é a diferença de aproveitamento ao longo da vida escolar."

O professor lembra que, à medida que os negros avançam nas séries, sobe a distorção da idade adequada. Enquanto 53% das crianças brancas de dez anos estavam na série ideal para a idade, só 35% das crianças negras se encaixavam no perfil.

A distorção sobe aos 17 anos --32% dos jovens brancos estavam na série adequada, contra 13% dos adolescentes negros.

A professora Regina Vinhaes, da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília), diz que o resultado do Censo Escolar vai ao encontro de um tema cada vez mais debatido: qualidade do ensino público. "Mostra que a escola pública tem cumprido o caráter de permitir acesso a todos, independentemente de cor, religião. Mas aponta a responsabilidade que tem. Precisa ser um local de construção de cidadania", afirma Vinhaes.

Segundo Tânia Portella, da Ação Educativa, o fato de haver mais de 50% de alunos negros na rede pública não significa inclusão. "Incluir na educação não é apenas matricular, mas também ofertar garantias de permanência, qualidade de ensino e possibilidade de prosseguir a vida acadêmica."



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O preconceito oculto


O Brasil prefere o mito da democracia racial e fecha os olhos para a intolerância

Ana Carvalho e Aziz Filho


o 113 anos sem grilhões, sem as marcas da chibata. Mas em pleno século XXI a sociedade brasileira empurra os negros e seus descendentes – ou seja, 45% da população – para uma realidade muito parecida com a das senzalas. Para camuflar a responsabilidade por ter mantido por três séculos a escravidão e submetido os afro-brasileiros ao trabalho forçado e ao cativeiro, criou-se, respaldada na miscigenação, o mito da democracia racial. Como se vivêssemos num eterno desfile de escola de samba, a igualdade entre brancos, negros, mulatinhos e tantas outras variantes de cor, criadas para não encarar o preconceito, foi pregada como uma realidade capaz de maquiar a exclusão e a intolerância racial no Brasil. Para aqueles que não conseguiam enxergar dentro de casa a desigualdade e a sua profunda dimensão racial, a separação entre o Brasil e a África do Sul do apartheid era de um enorme oceano. Enquanto aqui negros e brancos dividiam o mesmo banco do metrô, na terra de Nelson Mandela insuflavam a segregação com leis abomináveis. Do lado de cá do mapa, lutar contra o apartheid sul-africano se limitava a repudiar o governo branco do continente negro. O regime sucumbiu em 1994, quando Mandela chegou à Presidência. Com o fim da ditadura racial no país africano, ficaram mais claros o racismo, a discriminação e a intolerância em países signatários de acordos de defesa dos direitos humanos. A máscara da hipocrisia começou a cair. O Brasil é um dos mais constrangidos, mas não está só. Em todos os quadrantes do planeta, oprimidos raciais, étnicos, religiosos e sexuais estão pondo a boca no trombone para cobrar atitudes coerentes de quem lutou contra o apartheid, mas mantém no seu quintal desigualdades tão abissais quanto as vividas na África do Sul. A intolerância levou o diplomata brasileiro José Augusto Lindgren, atual cônsul-geral em San Francisco (EUA), a propor à ONU a realização de uma nova discussão sobre o preconceito pós-apartheid. A III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância será realizada em Durban (África do Sul) entre 31 de agosto e 7 de setembro.

Consciência e Ciência

Consciência negra não é coisa só para negros, mas sim para todos, negros, brancos e de todas as cores, pois antes de tudo somos iguais.
Iguais, semelhantes, esta é a consciência que todos devemos ter.

A lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro espera contribuir para o resgate das contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
A escolha dessa data não foi por acaso: em 20 de novembro de 1695, Zumbi - líder do Quilombo dos Palmares- foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que culminou com o início da destruição do quilombo Palmares.
Então, comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura histórica. Não somente a imagem do líder, como também sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.
Porém, hoje as estatísticas sobre os brasileiros ainda espelham desigualdades entre a população de brancos e a de pretos e pardos. 

Taxas de Desemprego por sexo e segundo a Raça


Postado por Maísa Fileto - n° 21
Gênero e Raça: uma questão de identidade



Ao longo de vários momentos da História do Brasil, os negros e as mulheres, entre outros grupos sociais, protestaram contra a discriminação racial e de gênero, uma luta permanente, enquanto muitos se apegavam à idéia de que, talvez, vivêssemos num país onde não existisse qualquer contradição ou desarmonia, que descarta os incidentes de discriminação por considerá-los insignificantes às vítimas, dedicadas a perturbar a paz social.
Disfarçado, o racismo ainda é a forma mais clara de discriminação na sociedade brasileira, apesar de o brasileiro não admitir seu preconceito. “A emoção das pessoas, o sentimento inferior delas é que é racista. Quando racionalizam, elas não se reconhecem assim, não identificam em suas atitudes componentes de discriminação”, analisa Alcione Araújo, escritora e dramatista. O brasileiro tem dificuldade em assumir o seu racismo devido ao processo de convivência cordial que distorce o conflito. Devido a isso, por estar dissimulado, é difícil de ser combatido.
A discriminação racial está espalhada pelo Brasil. Escola e mídia apresentam um modelo branco de valorização. O acesso aos espaços políticos, aos bens sociais, à produção de pensamento, à riqueza tem sido determinado pela lógica escravocrata.
As práticas do racismo são diversas e se apresentam de diversas formas. Por meio das estatísticas sobre escolaridade, mercado de trabalho, criminalidade, presença nas artes e outros, pode-se perceber o problema na prática.
A discriminação dá-se de duas formas: direta ou indireta. Diz-se discriminação direta a adoção de regras gerais que estabelecem distinções através de proibições. É o preconceito expressado de maneira clara como, por exemplo, dar tratamento desigual, ou mesmo negar direitos, a um indivíduo ou grupo determinado.
A discriminação indireta está internamente relacionada com situações aparentemente neutras, mas que criam desigualdades em relação a outrem. Esta última maneira de preconceito é a mais comum no Brasil.
É espantosa a naturalidade com que as pessoas — mesmo as públicas, dotadas de cargos importantes da sociedade, e as pessoas mais esclarecidas — manifestam seus preconceitos. Elas parecem não perceber o que estão fazendo e como colaboram para a internalização do preconceito, já que suas falas são tidas como verdade.



''Milhões de seres humanos - negros, índios, 
mulheres, etc. - tiveram e ainda têm suas vidas afetadas
negativamente pela discriminação racial e de gênero.''


Discriminado e marginalizado, o negro perante a sociedade tem uma imagem de desqualificado, incapaz, impondo-se-lhe a restrição do mercado de trabalho. Em posições aquém da merecida, sofre com maior intensidade a situação socioeconômica intensa do desemprego, marcado pelo estigma de ser preto ou pardo.
Na sociedade capitalista, em que sobressaem as desigualdades sociais, a reprodução dessa situação impede a mobilidade social do negro, percebendo, estes, rendimentos de trabalho inferiores aos percebidos pelo branco e sendo associados a trabalhos menos qualificados, ocupando, principalmente, posições menores, em setores de menor status social. Através do preconceito, a mão-de-obra negra é direcionada para trabalhos domésticos e pesados. A sua cor é fator determinante, sobrepondo-se à sua competência ou formação.
O quadro que ora traçamos é decorrente de um processo de ausência de conscientização entre as pessoas, e esse resultado é acusado no debate da discriminação racial, principalmente no âmbito das instituições públicas e sociais. Alguns chegaram a afirmar que era impossível, até mesmo, mencionar o tema e, muito menos, pensar em mudança. O tema Discriminação racial e de gênero aparece como assunto esquecido, que não precisa e não deve ser tratado. É temido porque significa mudança de status quo, uma ameaça aos direitos adquiridos por pessoas em seus locais de trabalho e até mesmo transtorno às normas e aos privilégios estabelecidos. Essas são algumas razões por que o tema é evitado ou, quando abordado, é minimizado. Milhões de seres humanos — negros, índios, mulheres, etc. — tiveram e ainda têm suas vidas afetadas negativamente pela discriminação racial e de gênero, mas o quadro, felizmente, está mudando e exige dos novos gerentes públicos, privados e administradores uma postura de mudança organizacional. É uma questão de tempo e de sobrevivência.
Os esforços para a mudança organizacional também estão levando em conta a necessidade de abordar, discutir e ampliar a nossa reflexão sobre o tema. No enfoque sobre relações raciais, a maioria das pessoas trabalha com suas experiências de vida e com seu senso comum. Assim, a discriminação não é muito bem entendida, muito menos se sabe como se manifesta; daí o brasileiro afirmar que existe racismo e discriminação na sociedade, mas, individualmente, ter dificuldade de afirmar atitudes e práticas racistas.
Portanto, há um preconceito em se reconhecer que há preconceitos — quem discrimina é sempre “o outro”. Além disso, todos discriminam ou são discriminados de alguma forma. As respostas têm de ser procuradas nos que discriminam, não nas vítimas ou nos discriminados, que sofrem muitas arbitrariedades, sob os mais mesquinhos pretextos.
Visando contribuir para o avanço do nosso senso comum, vamos apresentar uma definição preliminar de etnia, raça e gênero


O que é Etnia/ Raça
Durante muito tempo, fomos acostumados a classificar pessoas usando categorias baseadas na cor de pele, na textura do cabelo, nos traços físicos, etc. Assim, criou-se o senso comum das três raças distintas: amarela, negra e branca. O conceito de raça, segundo o Dicionário Aurélio (1986:1442), é um “conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como cor da pele, a conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade, embora variem de indivíduo para indivíduo”.
No mesmo dicionário, etnia (1986:733) é “um grupo biológico e culturalmente homogêneo”. Mas, como não somos homogêneos, as culturas não estão condicionadas à nossa aparência física. Assim, etnia também não pode ser usada isoladamente para classificar ou determinar os humanos, pois as culturas não são estáticas nem puras, uma vez que as fronteiras não existem, possibilitando a inter-relação das tradições e dos costumes entre pessoas que partilham de uma mesma sociedade.
Em nossa sociedade, houve a tentativa de imposição da cultura branca, mas isso não tem sido possível, pois a resistência dos negros e índios fez produzir o que podemos chamar de cultura brasileira. Portanto, é importante afirmar que, no Brasil, estão presentes manifestações culturais desses três grupos étnico-raciais formadores dessa sociedade. Raciocinando dessa forma, não podemos supor a superioridade de um determinado grupo — o branco — em detrimento de um outro — negro ou índio —, uma vez que vivemos num caldeirão cultural.
Inserida, então, nesse mar de diversas culturas, resolvemos adotar a terminologia étnico-racial, uma vez que tais conceitos já fazem parte da cultura brasileira.


O que é gênero?

Gênero é o conceito que se refere a um sistema de papéis e relações entre mulheres e homens, determinado pelos contextos social, cultural, político e econômico.
O sexo de uma pessoa é determinado pela natureza biológica; o gênero é construído, difere de uma sociedade para outra e pode ser alterado de acordo com a época.
Mulheres e homens possuem diferenças sexuais e biológicas que são arbitrariamente utilizadas pela cultura para, baseado na idéia do sexo fraco (mulheres) e do sexo forte (homens), limitar a autonomia feminina, seu potencial e acesso ao poder político econômico.
As características sexuais são determinadas no útero, no momento da concepção. A construção dos papéis e das relações de gênero é um processo permanente. Essas relações sociais, que dividem os sexos, propiciam diferentes oportunidades para homens e mulheres.
As diferenças biológicas entre o corpo feminino e o corpo masculino foram se traduzindo em desigualdades inaceitáveis, provocando reações por parte das mulheres, que, ao não aceitarem essa condição de subordinação, lançaram-se em movimentos pela emancipação feminina.
Começaram com a luta pelo voto e o direito a decidir sobre o próprio corpo.
Foram tão hábeis e corajosas que, em apenas cinqüenta anos, mudaram muita coisa em quase todas as culturas. Atualmente, temos mulheres atuantes em quase todas as áreas e, sobretudo, naquelas que podem mudar o perfil do nosso sistema social injusto: movimentos pacifistas, pela preservação do meio ambiente, pela saúde integral, por uma educação não discriminatória acessível a todas as pessoas.
Para finalizar, é importante destacar que é fundamental que se faça uma avaliação profunda, que se vá além de uma análise limitada e intuitiva da realidade, para prever as formas que a resistência pode assumir e conscientizar os responsáveis pela mudança das razões mais comuns que levam as pessoas à resistência.
A decisão de mudar exige de nós sacrifícios, pois, para construir uma sociedade livre de preconceitos, não basta só constarem, na Constituição Brasileira, instrumentos que proíbam a discriminação. É preciso reconhecer que o preconceito também é fruto de motivação do inconsciente e que as nossas ações para combatê-lo encontram forte resistência. O silêncio e a falta de solidariedade para com os discriminados, sejam negros, índios ou mulheres, não podem ficar só na constatação. É preciso valorizar o debate e enfrentar o tema das relações raciais e das relações de gênero com novos paradigmas, principalmente como da promoção da igualdade.
Portanto, a presença viva e ativa dos movimentos sociais dos negros através de suas entidades e mesmo a criação de alguns órgãos de governo evidenciaram que, para diminuir os efeitos da discriminação, não bastava a instituição de um estatuto legal proibindo-a, pois ela se apresenta de maneira muito difusa.
Para superar o processo de discriminação social, econômica, cultural e estabelecer uma eqüidade de gênero e raça são necessárias políticas públicas e específicas para tal fim. O desafio que se coloca, então, é: como garantir a participação de todos sem discriminação? Pode uma sociedade multirracial e multicultural reconhecer a igualdade de seus cidadãos? Sem que as instituições reconheçam as particularidades e a discriminação a que estão sujeitos determinados segmentos da sociedade?
As esferas governamentais terão, portanto, um desafio maior, que é o de continuar a propagar as idéias de não-discriminação e, ao mesmo tempo, difundir os ideais de tolerância e de respeito aos direitos humanos. Enfim, a construção de uma sociedade que não discrimine passa por mudanças de atitudes bem radicais, a começar pelo reconhecimento de que a discriminação existe até mesmo no cotidiano das pessoas.

Postado por Maísa Fileto - n° 21

Barack Obama é o primeiro negro a governar o EUA!

Barack Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos. Aos 47 anos, ele torna-se o primeiro negro a governar o país, ao derrotar o rival republicano John McCain.

Depois de oito anos do governo republicano de George W. Bush, os norte-americanos aceitaram a proposta repetida pelo novo eleito. Bradando lemas como "Precisamos de mudança", Obama substituirá um líder que chegou a ser aclamado pelo pulso firme na guerra antiterrorismo, mas que deixou o posto desgastado por duas guerras, além da recente crise financeira (veja mais sobre o governo Bush aqui).

Ainda com a apuração dos votos em andamento, o senador John McCain, 72, com base nos dados das projeções, admitiu a derrota em um discurso em Phoenix (Arizona), por volta das 2h15 (horário de Brasília), em que agradeceu seus eleitores e informou ter telefonado para parabenizar Obama. Ao mesmo tempo em que ele discursava, uma multidão se aglomerava à espera do discurso da vitoria de Obama no Grant Park, em Chicago.

Obama bateu McCain em Estados-chave, como Ohio, Pensilvânia, New Hampshire, Iowa e Novo México. Ele irá para a Casa Branca com o Partido Democrata no controle da Câmara e do Senado.

Apesar de a economia em colapso ser a prioridade do novo governo, Obama promete, entre outras medidas, estabelecer novos padrões na política internacional. O fim da guerra do Iraque é uma das principais metas, além de ações diplomáticas no Oriente Médio, que incluem o diálogo com Irã e Síria.

As tropas norte-americanas devem se limitar ao Afeganistão, no combate à Al Qaeda. No plano econômico, Obama terá a dura missão de cumprir os prometidos cortes de impostos à classe média.

Nos últimos meses, as pesquisas de intenção de voto já acusavam uma consistente vantagem democrata. Alguns temores ainda dissipavam a certeza da vitória - entre eles, o racismo.

Cultura afro-brasileira

Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior parte, trazida pelos escravos negros na época do trafico transatlantico de escravos. No Brasil a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeias (principalmente portuguesa) e indigena, de forma que características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras referências culturais.
Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a musica popular, a religião, a culinaria, o folcore e as festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região nordeste.
Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje.

Consciência negra - Opiniões

Conciência negra, deverá ser a credibilidade em si mesmo, como filho do criador e afastar toda a mágoa do coração, fluindo bençãos.
Madalena José dos Santos Rodrigues Ruiz
Bauru - SP


Consciencia negra para mim é ter respeito,ter atitude, ter carater, respeitar uns aos outros independente de raça ou religião pobre ou rico!
Alex Cardoso
São Paulo - SP


Só seremos iguais quando sermos diferentes porque ser diferente não é ser necessáriamente desigual.Leandro Aparecido do Amaral
Sertãozinho - SP

Consciência negra - Poema

Chega de racismo
De história mal contada
Chega de hipocrisia
De mentira esfarrapada
Esse preconceito infeliz
Que por aí diz
Que negro não vale nada.
O negro também precisa
Ser privilegiado
Chega de arrogância
Branco tenha cuidado
Com o preconceito em alta
Pois quem muito se exalta
É sempre humilhado.
Preto, branco e mulato
Vamos nos unir
O preconceito é horrível
E não é para existir
Já que todos somos irmãos
Essa grande nação
Espalhada por aí.

A consciência negra
Quer exatamente
Provar que somos iguais
E não diferentes
São lutas populares
Como as de Zumbi dos Palmares
Que morreu pela sua gente.

É preciso desde já
Com amor todo gentil
Acabar com o preconceito
E ver em nosso Brasil
O negro sorrindo tanto
Como a Daiane dos Santos,
Pelé e Gilberto Gil.


Francisco Carneiro Barbosa

Lei Áurea

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil. "Áurea" quer dizer "de ouro" e a expressão refere-se ao caráter glorioso da lei que pôs fim a essa forma desumana de exploração do trabalho. Em território brasileiro, a escravidão vigorou por cerca de três séculos, do início da colonização à assinatura da lei Áurea. Apesar disso, ainda hoje, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, há formas de trabalho semelhantes à escravidão.

A sanção ou aprovação da lei foi, principalmente, o resultado da campanha abolicionista que se desenvolvia no Brasil desde a década de 1870, mas não se pode negar o empenho pessoal da princesa Isabel, então regente do Império do Brasil, para sua aprovação. Primeira senadora brasileira e primeira mulher a assumir uma chefia de Estado no continente americano, a princesa Isabel se revelou uma política liberal nas três vezes que exerceu a Regência do país.

Abolicionista convicta, já havia lutado pela aprovação da Lei do Ventre Livre, em 1871, e financiava com dinheiro próprio não só a alforria de dezenas de escravos, mas também o Quilombo do Leblon, que cultivava camélias brancas - a flor-símbolo da abolição.
A terceira regência da princesa Isabel, iniciada a 3 de junho de 1887, foi marcada pelas relações tensas da regente com o Ministério, presidido pelo conservador João Maurício Wanderley (1815-1889), o Barão de Cotegipe. Na verdade, a princesa forçou Cotegipe a demitir-se, nomeando, em março de 1888, João Alfredo Correia de Oliveira (1835-1915), para primeiro-ministro.

Com João Alfredo à frente da Assembléia Nacional (que equivale ao atual Congresso), os abolicionistas conseguiram enfrentar a resistência dos representantes dos proprietários de escravos e levar o projeto de lei a votação. Conseguiram também evitar que o Estado brasileiro indenizasse os proprietários de escravos pelo fim da escravidão - conforme eles pleitearam no poder Legislativo e Judiciário.

Para a família imperial brasileira e para a própria Isabel, o custo da luta da princesa foi alto. O fim da escravatura fez ruir as últimas bases de sustentação do regime monarquista. Cerca de um ano e meio depois, a República foi proclamada.

Aliás, convém lembrar que, com isso, cumpria-se o que já havia previsto o próprio Barão de Cotegipe, que dissera à princesa Isabel, depois da sanção da lei Áurea: "Vossa alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono". De fato, a idéia de República conquistou definitivamente as elites econômicas brasileiras muito em função da abolição da escravatura, que teve como subproduto as legiões dos chamados "republicanos do 14 de maio".

                                        

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Racismo é Burrice - Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano "O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar" Racismo, preconceito e discriminação em geral; É uma burrice coletiva sem explicaçãoAfinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente, infelizmente preconceitos mil, de naturezas diferentes mostrando que essa gente,
essa gente do Brasil é muito burra e não enxerga um palmo à sua frente, porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente eliminando da mente todo o preconceito, e não agindo com a burrice estampada no peito . A "elite" que devia dar um bom exemplo, é a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento num complexo de superioridade infantil,  ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação não tem a união e não vê a solução da questão, que por incrível que pareça está em nossas mãos só precisamos de uma reformulação geral, uma espécie de lavagem cerebral, racismo é burrice Não seja um imbecil Não seja um ignorante Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante . O quê que importa se ele é nordestino e você não? O quê que importa se ele é preto e você é branco? 
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços, se você discorda, então olhe para trás Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais o Brasil colonial não era igual a Portugal. A raiz do meu país era multirracial tinha índio, branco, amarelo, preto nascemos da mistura, então por que o preconceito?

(...) 

Escute aqui :